O círculo é uma forma que se encontra em todas as sociedades humanas. O primeiro ser humano ao olhar para o céu de dia viu um grande círculo amarelo; ao olhar durante a noite, avistou um outro círculo, menor e branco. E ao voltar seu olhar pra perto, nos olhos de outra pessoa, veria outros círculos dentro de círculos.
É lindo perceber como as írises e pupilas do ser humano são um microcosmo da natureza circular do Universo: o Sol, a Lua, a Terra, os ciclos da natureza e a própria vida. Uma percepção reflexiva, por assim dizer.
O traço de um círculo não tem fim: ele representa o movimento da eternidade. A circunferência (a roda) simboliza a mudança contínua, a eternidade em movimento ao redor de um ponto fixo. Ela representa a natureza infinita da energia. Representa a completude, e para muitos, a divindade. Ela representa o limite, a fronteira. Os matemáticos entendem que o círculo tem dois lados, o de dentro e o de fora. Simbolicamente, o que está dentro é tudo que nos une, é o que temos em comum; do lado de fora está todo o resto, o caos.
Além disso, todo círculo tem um centro. O centro é a origem, o princípio – é por meio de sua irradiação que todas as coisas são produzidas; é símbolo da criação divina, que flui incansavelmente para o momento presente. O centro representa também o “meio”, o ponto equidistante de todos os pontos da circunferência. O meio entre os extremos, o lugar em que tendências contrárias neutralizam-se em perfeito equilíbrio.
Todo círculo – e consequentemente toda esfera – tem uma constante, um número acolhedoramente estável. O Pi, π , 3,14159265 é o perímetro da circunferência de qualquer círculo. Se dividirmos a circunferência pelo diâmetro, o resultado sempre vai ser o Pi. Sempre, absolutamente, constantemente e perfeitamente regular.
Dentro da matemática, Pi é denominado como um número <irracional> e <transcendente>… não entrando na matemática, vamos nos permitir apenas refletir sobre o significado semântico dessas palavras. O fato é que Pi tem uma série de números em uma sequência infinita que não apresenta nenhuma repetição e (teoricamente) nenhum padrão.
> dado interessante: a gente só precisa dos primeiros 39 decimais de Pi para calcular a circunferência de um círculo do tamanho do universo conhecido (!) com a precisão de um raio de um único átomo de hidrogênio (!!!).